A disputa do Imaginário e a esquerda pela reconstrução de um imaginário revolucionário

Conteúdo do artigo principal

Luan Cardoso Ferreira
Edson Mendes Nunes Junior

Resumo

O poder hegemônico na sociedade contemporânea é exercido por forças materiais e espirituais articuladas numa estrutura neoliberal-capitalista, cujas fantasias, idealizações e representações empresariais ocupam um papel determinante de fornecimento de sentido aos sujeitos. Nesse sentido, refletimos sobre o conceito lacaniano de “Imaginário” e sua importância na vida humana, considerando-o como marcado por antagonismos conectados ao campo material. Nossa hipótese é a de que tal conceito abrangeria fatores indispensáveis para a luta política, sendo o Imaginário uma dimensão que a esquerda, resignada, deixou de disputar. Após debatermos – com ajuda da psicanálise – a importância das formações imaginárias, discutimos seu enodamento estrutural com a realidade, nos fazendo chegar a um nível político. Então, apresentamos exemplos históricos da mobilização deste registro pela esquerda – o ideal do revolucionário em Cuba e no Partido dos Panteras Negras, além da produção cultural soviética – sugerindo a necessidade da  reconstrução de um “Imaginário Revolucionário” hoje.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

ASSOUN, Paul-Laurent. Marx e a Repetição Histórica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

ALTHUSSER, Louis. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. In: ZIZEK, Slavoj (org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999, pp.

BLOOM, Joshua; MARTIN, Waldo E. Black against Empire: the history and politics of the Black Panther Party. Berkeley: The University of California Press, 2013

CARVALHO, Diogo. Stalinismo, Cultura e Cinema na URSS. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História ANPUH. São Paulo, julho 2011.

CHEVOLUTION. Direção de Luiz López e Trisha Ziff. México, RedEnvelopEntertainment, 2008.1, DVD (86 min), son., color.

DARDOT Pierre; LAVAL Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. Porto Alegre: L&PM, 2016.

______. Introdução ao narcisismo (1914a). Rio de Janeiro: Imago, 1987. (ESB, v. XIV);

______. A história do movimento psicanalítico (1914b). Rio de Janeiro: Imago, 1987. (ESB, v. XIV);

______. Estudos sobre a histeria (1893-1895). Rio de Janeiro: Imago, 1987. (ESB, v. II);

______. Psicologia de massas e análise do eu (1921). Rio de Janeiro: Imago, 1987. (ESB, v. XVIII);

FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, volume 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

LACAN, Jacques. O simbólico, o imaginário e o real. In: LACAN, Jacques. Nomes-do-pai. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2005, pp. 9-54.

______. Seminário 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1985.

______. Seminário 4: A Relação de Objeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.

______. O estádio do espelho como formador da função do Eu. In: ZIZEK, Slavoj (org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999, pp. 96-103.

LOSURDO, Domenico. Para uma crítica da categoria de totalitarismo. Crítica Marxista, n. 17, p. 51-79, 2006.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.

______. Cultura, arte e literatura: textos escolhidos. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

MARX, Karl. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

PERICÁS, Luiz Bernardo. Che Guevara e o debate econômico em Cuba. São Paulo: Boitempo, 2018.

TROTSKY, Leon. Questões do Modo de Vida. 1923. Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/trotsky/1923/vida/index.htm>. Acesso em: 14/01/2020.

ZIZEK, Slavoj. Como ler Lacan. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2010.

______. Como Marx inventou o sintoma?. In: ZIZEK, Slavoj (org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999, pp. 297-332.

______. O Absoluto Frágil. São Paulo: Boitempo, 2015.