Contribuição ao estudo político da implementação do corporativismo brasileiro (1930-1945)
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Resumo
O artigo pretende tecer considerações sobre a face política do corporativismo brasileiro criado pela Era Vargas. Demonstrando sua função de contenção da luta de classes, argumenta-se que ao invés de ter fundamentado a forma brasileira de democracia, uma “democracia autoritária” conforme defende a teoria do trabalhismo, o sindical-corporativismo visava centralmente cindir a classe operária. Como instrumento reacionário, resgatado de uma ambiência já superada pela humanidade, sua articulação com o sindicalismo teria fomentado no interior dos trabalhadores um setor que se manteve preso na consciência econômica, acabando por expressar interesses burgueses e servindo como base de apoio da ditadura estadonovista.
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