As revoltas por democracia socialista no “bloco soviético” e as transformações do stalinismo (1953-56)
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Resumo
Após a Segunda Guerra Mundial, a URSS expandiu para o Leste Europeu seu modelo econômico e social de uma sociedade de transição entre capitalismo e socialismo dotada de um regime de ditadura da burocracia (stalinismo), formando assim o "bloco soviético". Após a morte de Stalin, a burocracia necessitou realizar concessões como forma de evitar uma revolta. Isso originou um "novo curso", de suposta "de-stalinização". As mudanças geraram conflitos na cúpula de muitos regimes, entre “conservadores” e “reformadores”. Dotadas de grandes expectativas por mudanças, entre 1953-56, a classe trabalhadora e setores da intelectualidade de diferentes países aproveitaram a situação para demandar uma genuína democracia socialista, através de revoltas ou mesmo revoluções, só parcial e temporariamente contidas após a brutal repressão da Revolução Húngara. Esse conjunto de eventos é central para a compreensão das contradições dessas formações sociais, e para melhor compreender seu colapso no final dos anos 1980.
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