Agronegócio e novas lógicas de representação empresarial no Cone Sul. Um estudo exploratório sobre ABAG (Brasil) e AAPRESID (Argentina).
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Ao longo dos anos 1990, a consolidação do modelo do agronegócio produziu significativas transformações na estrutura social agrária do Brasil e da Argentina, que tiveram impacto sobre o plano institucional, modificando a forma com que as classes se organizam e defendem seus interesses. O presente artigo tem como objetivo refletir, à luz das transformações sociais do capitalismo contemporâneo, sobre o modo com que os setores dominantes do campo brasileiro e argentino são representados e as estratégias que estes lançam mão na busca pela construção da hegemonia do agronegócio nos seus respectivos países. Para tanto, dialogando com o pensamento gramsciano, foi realizada uma analise comparativa entre o caso da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e o caso da Associación Argentina de Productores en Siembra Directa (AAPRESID). Através de revisão bibliográfica e análise das principais publicações institucionais relativas às duas associações, pudemos identificar que a fundação das mesmas responde a uma reconfiguração da cúpula agropecuária de cada país em meio ao seu processo de inserção nas cadeias globais de produção agropecuária. Dessa maneira, encontramos não só semelhanças discursivas entre ABAG e AAPRESID, como estratégias de organização e mobilização política comuns, configurando uma nova lógica de representação empresarial entre as classes dominantes agrárias do Brasil e da Argentina.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Desde que se atribua crédito ao/à criador/a original, a licença permite que outras pessoas usem, façam adaptações e compartilhem a obra para fins não comerciais. Isso significa que o uso da obra não pode ser feito visando auferir rendimento comercial.
Referências
AAPRESID. Revista Siembra Directa (1990-2003). Disponible en: aapresid.org.ar (acceso 03 jul. 2020)
AAPRESID. Revista Red de Innovadores (2004-2009). Disponible en: aapresid.org.ar (acceso 03 jul. 2020)
ABAG. Caderno ABAG 20 Anos, 2013. Disponible en: abag.org.br (acceso en: 15 ago. 2019).
ALAPÍN, Helena. La siembra directa en Argentina. Un nuevo paradigma en agricultura. XII Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia. Universidad Nacional del Comahue, San Carlos de Bariloche.
BALSA, Javier. Aspectos discursivos de la construcción de la hegemonía. En Identidades, Nº 1, pp 82-85, 2011.
BATALHA, Mario. Recursos humanos e agronegocio: a evoluçao do perfil profissional. Sao Paulo: Ed. Gepal, 2005.
BRUNO, Regina. Senhores da Terra, Senhores da Guerra. A nova face política das elites agroindustriais no Brasil. Rio de Janeiro: Forense-Universitária Edur, 1997.
BRUNO, Regina. Um Brasil Ambivalente: Agronegócio, ruralismo e relações de poder. Rio de Janeiro: Mauad X; Seropédica, RJ: Edur, 2009.
BRUNO, Regina. MOVIMENTO SOU AGRO: Marketing, habitus e estratégias de poder do agronegócio. XXXVI Encontro Anual da ANPOCS, 2012.
CARINI, Gabriel. “Alimentar las arcas del Estado”: corporaciones agrarias, Estado y política en Córdoba (1995-1999). Anuario de la Escuela de Historia Virtual, Año 9, N° 14, 2018: pp. 100-119. Disponible en: http://revistas.unc.edu.ar/index.php/anuariohistoria
CETRANGOLO, Héctor y ORDOÑEZ, Héctor. El Programa de Agronegocios y Alimentos de la Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires. Buenos Aires: FAUBA, 1998.
DELGADO, Guilherme. Do Capital Financeiro à Economia do Agronegócio: Mudanças cíclicas em meio século (1965 – 2012). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012.
DOUGNAC, Gabriela; ORTEGA, Lucía y HIRSCH, Mariana. Las transformaciones de la cúpula agraria pampeana: representación gremial y discurso en tiempos de la sojización. Actas de las XIII Jornadas de Epistemología de las Ciencias Económicas. UBA, 2007.
AUTOR, 2018
GRAMSCI, Antonio. Cuadernos de la Cárcel. Tomo 4, 5 y 6. México: Editorial Era, 1986, 1999, 2000.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. V. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
GRAS, Carla. y HERNÁNDEZ, Valeria (2016). Radiografía del nuevo campo argentino. Del terrateniente al empresario transnacional. Buenos Aires: Siglo XXI, 2016.
GRAS, Carla y SOSA VAROTTI, Andrea. El modelo de negocios de las principales megaempresas agropecuarias. Em: Gras y Hernández (coords) El agro como negocio. Producción, sociedad y territorios en la globalización. Buenos Aires: Editorial Biblos., 2013.
GRAZIANO DA SILVA, José. Las Organizaciones Profesionales en la Moderna Agricultura Brasileña. Cordoba, España: Seminario de Políticas Agrarias y Grupos Sociales en Procesos de Transición Democrática, 1993.
GRAZIANO DA SILVA, José. A nova dinâmica da agricultura brasileira. Campinas-SP: Unicamp, 1996.
GRYNSZPAN, Mario. Origens e Conexões Norte-Americanas do Agribusiness no Brasil. Revista de Pós-Graduação em Ciências Sociais: v. 9, n. 17, jan/jun, 2012.
HARVEY, David. O Novo Imperialismo. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
HENDEL, Verónica. La condición de la agro-biotecnologia. Producción de conocimiento y construcción de hegemonía en la región pampeana argentina (2002-2010). En: Galafassi, G. (comp) Ejercicios de hegemonía. Lecturas de la Argentina contemporánea a la luz del pensamiento de Antonio Gramsci. Buenos Aires: Ediciones Herramienta, 2011.
HEREDIA, Mariana. Reformas Estructurales y Renovación de las Elites Económicas en Argentina: estudio de los portavoces de la tierra y del capital. Revista Mexicana de Sociología, vol. 65, n. 1, 2003.
HEREDIA, Beatriz; Palmeira, Moacir e Leite, Sergio. Sociedade e economia do “agronegócio” no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 25, n. 74, 2010.
HERNÁNDEZ, Valeria. Genealogía de una elite rural: elucidación antropológica de una práctica de poder. Mundo Agrario, vol.13, Nº 26, junio 2013, pp: 7-8, 2013.
LACERDA, Elaine. A Associação Brasileira do Agronegócio e a Institucionalização de Interesses do Empresariado Rural no Brasil. Revista Ruris, v. 5, n.1, 2011.
LAMOSA, Rodrigo. Estado, Classe Social e Educação no Brasil: Uma análise crítica da Associação Brasileira do Agronegócio. Tese (Doutorado em Educação). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.
LATTUADA, Mario. Acción colectiva y corporaciones agrarias en la Argentina. Transformaciones institucionales a fines del siglo XX. Primera edición. Bernal: Editorial UNQ, 2006.
LERRER, Debora. A Revista Agroanalysis e o Processo de Institucionalização do Agronegócio. XL Encontro Anual da ANPOCS, 2016.
AUTOR (2015).
AUTOR (2017).
AUTOR (2018).
AUTOR (2019).
LIDE. LIDE 15 Anos, 2018. Disponible en: https://www.lideglobal.com/ (acceso: 15 mai. 2020).
LÓPEZ CASTRO, Natalia et al. (2019). “¿Un modelo donde todos ganan? Clases y tensiones estructurales en el agro pampeano actual”. Realidad Económica, n°326, 115-148.
MCMICHAEL, Philip. Regimes Alimentares e Questões Agrárias. São Paulo; Porto Alegre: Editora Unesp; Editora UFRGS, 2016.
MENDONÇA, Sonia. O Patronato Rural no Brasil Recente (1964-1993). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010.
MENDONÇA, Sonia e Oliveira, Pedro. ABAG: Origens históricas e consolidação hegemônica. Novos Cadernos NAEA, v. 18, n. 2, 2015.
MURO DE NADAL, Mercedes. El discurso y la práctica: las complejas relaciones entre la Sociedad Rural Argentina y el gobierno del Dr. Menem. Doc. CIEA Nro. 04, p. 185-219, 2009.
PALMEIRA, Moacir e Leite, Sérgio Pereira. Debates econômicos. Processos sociais e lutas políticas: reflexões sobre a questão agrária. In: Costa, L. F. e Santos, R. (orgs.), Política e reforma agrária, Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
PANERO, Marcelo. La Representación de los Sectores Dominantes en debate: La Sociedad Rural Argentina. En: Gras, Carla e Hernandez, Valeria. El Agro como Negocio: Producción, sociedad y territorios en la globalización. Buenos Aires: Biblos, 2013.
PINTO, Raphaela. O Novo Empresariado Rural no Brasil: uma análise das origens, projetos e atuação da Associação Brasileira de Agribusiness (1990-2002). Dissertação (Mestrado em História). Niterói-RJ: Universidade Federal Fluminense, 2010.
RIBEIRO,Caio. Formação Política do Agronegócio. Tese de Doutorado, Campinas-SP: Unicamp, 2018.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo y Literatura. Barcelona: Península, 2000 (1977).
Páginas web:
https://search.folha.uol.com.br/
https://acervo.estadao.com.br/
http://www.iconebrasil.com.br/o-instituto