Revisitando a ruptura Marx em meio ao discurso jovem hegeliano (1843-1844)

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Henrique Cunha Viana

Resumo

O presente artigo revisita a clássica discussão do “corte” ou da “ruptura” no itinerário teórico de Marx, explorando diversos momentos possíveis que sirvam de marco à descontinuidade em sua obra entre 1843 e 1844. Discutimos brevemente as continuidades e descontinuidades de Marx em relação a Feuerbach, à obra de Hegel e ao discurso dos jovens hegelianos, explorando algumas posições clássicas no debate quanto à adesão à crítica da economia política e à conformação do materialismo histórico. Passamos primeiramente por alguns apontamentos sobre a proximidade entre o projeto de reforma da filosofia de Feuerbach e as obras de juventude de Marx, marcando em seguida o seu afastamento em relação a Bauer. Por fim, defendemos a interpretação materialista do corte feita por Michael Löwy, que ressalta a importância do projeto revolucionário proletário para a “virada” no pensamento de Marx.

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