Para além da obra da juventude de Lukács (ou a ainda desconhecida Ontologia)
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Resumen
O objetivo deste artigo é avaliar e contestar os motivos levantados por István Mészáros para que a ética e ontologia de György Lukács sejam rejeitadas. O argumento está dividido em três partes. Na primeira parte, contra a ideia de que Lukács nutre um otimismo ético e que o trabalho representa uma nova identidade entre sujeito e objeto, discutimos o escopo geral de sua ontologia e o papel que o trabalho assume nela. Na segunda, desenvolvemos alguns elementos da teoria do estranhamento lukácsiana. Na terceira, mostramos como o agir teleológico é condicionado ao campo de ação de possibilidades e às decisões tomadas “sob pena de ruína”. Com isso concluímos que a obra considerada “madura” do filósofo ainda é desconhecida até por intelectuais próximos a ele, e que a crítica do modo de produção capitalista pode se beneficiar de uma leitura que vá além das obras da juventude de Lukács.
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