Mais além da antropologia pós-estruturalista do desenvolvimento, de volta à teoria marxista da dependência
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Os estudantes brasileiros de antropologia e áreas afins costumam entrar em contato com o debate acadêmico sobre desenvolvimento através de algumas obras canônicas enraizadas no pós-estruturalismo anglo-saxão de matriz foucaultiana. Surgidas nos anos noventa,logo após a queda do Muro de Berlim, estas obras caricaturizam a reflexão marxista e negligenciam completamente uma de suas expressões mais inventivas: a teoria marxista da dependência (TMD). Neste artigo, argumento que a relativa postergação da TMD acaba negando aos estudantes de graduação e pós-graduação em ciências sociais – e especialmente em antropologia – um sugestivo instrumental teórico que poderia ressoar criativamente em suas inclinações críticas. Na contramão desta tendência, proponho-me a reabilitar certas intuições da TMD que transcendem o terreno da economia política e convidam a um debate aprofundado sobre as condições de possibilidade de uma crítica imanente das estruturas de poder e dominação instauradas pelo desenvolvimento capitalista.
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Desde que se atribua crédito ao/à criador/a original, a licença permite que outras pessoas usem, façam adaptações e compartilhem a obra para fins não comerciais. Isso significa que o uso da obra não pode ser feito visando auferir rendimento comercial.