Memories and histories of the dictatorship in times of Bolsonaro’s neofascism

Main Article Content

Marcelo Badaró Mattos

Abstract

The article begins with a characterization of the political phenomenon of Bolsonarism, in order to explain its recourse to a positivized mythical vision of the dictatorship, through an analysis of the speeches of the leadership of the Armed Forces. The next step is to present a critical reading of certain historiographical analyses, produced by academic specialists and widely circulated, which, although not directly related to the views of the military and Bolsonarism, end up sharing elements in common with these reactionary memories of the dictatorial past. The aim is to draw attention to the complex relationship between social memory and the history produced by professional historians, in order to highlight their political and social responsibility.

Article Details

Section
Artigos
Author Biography

Marcelo Badaró Mattos, Universidade Federal Fluminense

Professor Titular de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense, pesquisador associado ao NIEP-Marx/UFF.

References

ALMEIDA, Lúcio Flávio Rodrigues de. “Insistente desencontro: o PCB e a revolução burguesa no período 1945-64”. In: MAZZEO, Antonio Carlos & LAGOA, Maria Izabel (orgs.). Corações vermelhos: os comunistas brasileiros no século XX. São Paulo: Cortez, 2003.

BANDEIRA, Luis Alberto Moniz. O governo João Goulart: as lutas sociais no Brasil (1961-1964). 8ª ed. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

CORDEIRO, Janaína Martins. “Milagre, comemorações e consenso ditatorial no Brasil, 1972”. Confluenze, Bologna, v. 4, 2012, p. 63-81.

DREIFUSS, René Armand. 1964: a conquista do estado. Ação política, poder e golpe de classe. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1981.

FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil. Ensaio de interpretação sociológica. 5ª ed. São Paulo: Globo, 2005.

FERREIRA, Jorge. “O governo Goulart e o golpe civil-militar de 1964”. In: FERREIRA, Jorge & DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano. v. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

FERREIRA, Jorge. “Sexta-feira 13 na Central do Brasil”. Nossa História, Rio de Janei-ro, Biblioteca Nacional, n. 5, mar., 2004.

FERREIRA, Jorge. “Entre a história e a memória: João Goulart”. In: FERREIRA, Jorge & REIS FILHO, Daniel Aarão (orgs.). As esquerdas no Brasil: nacionalismo e reformismo radical (1945-1964). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

FERREIRA, Jorge. João Goulart: uma biografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

FIGUEIREDO, Argelina C. Democracia ou reformas? Alternativas democráticas à crise política: 1961-1964. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.

HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

HOLANDA, Marianna & VARGAS, Mateus. “Governo planejou pedido de desculpas nos 60 anos do golpe antes de veto de Lula”, 20/03/2024. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/03/governo-planejou-pedido-de-desculpas-nos-60-anos-do-golpe-antes-de-veto-de-lula.shtml>. Acesso em: 03/2024.

MATTOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2009.

MATTOS, Marcelo Badaró. “As bases teóricas do revisionismo: o culturalismo e a histori-ografia brasileira contemporânea”. In: MELO, D. (org.). A miséria da historiogra-fia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014, p. 67-98.

MATTOS, Marcelo Badaró. “O sentido de classe do golpe de 1964 e da ditadura: um de-bate historiográfico”. In: ZACHARIADHES, Grimaldo Carneiro (org.). 1964: 50 anos depois e a ditadura em debate. Aracaju: Edise, 2015, p. 35-83.

MATTOS, Marcelo Badaró. Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil. São Paulo: Usina Editorial, 2020.

MELO, Demian (org.). A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contempo-râneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014.

MORAES, Dennis de. A esquerda e o golpe de 1964. Rio de Janeiro: Civilização Brasi-leira, 2024 [1989].

REIS FILHO, Daniel Aarão. “Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória”. In: REIS FILHO, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo & MOTTA, Rodrigo Patto (orgs.). O golpe e a ditadura militar 40 anos depois (1964-2004). São Paulo: Edusc, 2004.

REIS FILHO, Daniel Aarão. “Ditadura, anistia e reconciliação”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, jan-jun, 2010, p. 171-186.

RENTON, David. The new authoritarians: convergence on the right. London: Pluto, 2018.

RIDENTI, Marcelo. “Resistência e mistificação da resistência armada contra a dita-dura: armadilhas para pesquisadores”. In: REIS FILHO, Daniel Aarão; RI-DENTI, Marcelo & MOTTA, Rodrigo Pato (orgs.). O golpe e a ditadura militar 40 anos depois (1964-2004). São Paulo: Edusc, 2004.

ROSAS, Fernando et al. História e memória: “última lição” de Fernando Rosas. Lis-boa: Tinta da China, 2016.

ROSAS, Fernando. Salazar e os fascismos: ensaio breve de história comparada, Lis-boa, Tinta-da-china, 2019.

SENA Jr., Carlos Zacarias et al. Contribuição à crítica da historiografia revisionista. Rio de Janeiro: Consequência, 2019.

SILVA, Ana Beatriz R. B. “Brasil, o ‘campeão mundial de acidentes de trabalho’: con-trole social, exploração e prevencionismo durante a ditadura empresarial-militar brasileira”. Revista Mundos do Trabalho, v. 7, n. 13, 2016, p. 151-173.

STANLEY, Jason. Como funciona o fascismo: a política do “nós” e “eles”, 3. ed., Porto Alegre, L&PM, 2019.

TOLEDO, Caio Navarro de. “1964: golpismo e democracia. As falácias do revisionismo”. Crítica Marxista, n. 19, 2004.

TRAVERSO, Enzo. The new faces of fascism: populism and the Far Right. London: Verso, 2019.

VICTOR, Fabio. “História, volver: o 31 de março, o golpe militar e a nostalgia da direita”. Revista Piauí, n. 150, mar., 2019. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/historia-volver/>. Acesso em: 03/ 2024.